Capim-cidreira
Garoava. O sussurro das gotas d'água era cafuné atrás das orelhas. Os olhos pesavam apesar da garganta dolorida e da promessa de espirros na ponta do nariz. A mesa de pedra estava fria, mas o ar da cozinha era um cobertor quentinho no qual podia se embrenhar.
Quente, confortável, o cheiro do chá que a avó preparava fazia mais fácil respirar. O cafuné da garoa continuava.
Da xícara de porcelana subia fumaça de água quente, que nublava a visão e afastava o fantasma de espirro. O líquido quente passando na garganta acalmava os protestos de dor. O ar aquecido tornava-se um cobertor cada vez mais fácil de se embrenhar.
O cheiro de chá era canção de ninar.
Comentários
Postar um comentário