Olá, sou eu ("hello, it's me" só que em PT-BR)
Normalmente, eu diria que é como se eu tivesse uma bigorna na minha cabeça. Hoje, é como se ela estivesse no meu peito. De um jeito ou de outro, eu culpo a TPM.
Eu abomino o fato de que eu mal postei nesse blog durante 2020 inteiro. Eu adoro isso aqui, mas escrever tem sido muito difícil esse ano. Não importa o que eu tenha escrito esse ano, redações escolares, crônicas, poesias ruins, contos... tudo parece horrível.
E não no sentido uau que bosta, mas no sentido eu fiz o que eu queria ter feito e mesmo assim não é isso que eu quero, e nossa, escrever isso está sendo um grande momento eureka, mas eu acho que é isso que acontece quando você lê uma fanfic que abre seus olhos para certos receios da sua vida, hahaha.
(Sim, essa foi uma risada nervosa; o ponto final não foi intencional, mas combinou. O itálico desse parágrafo também não foi intencional, mas sei lá, cara).
Este ano, eu descobri que eu gosto de usar o ponto e vírgula, apesar de meus corretores de redação odiarem ele.
Descobri que eu não curto finais, algo que, olhando agora, dá um pouco de sentido à maneira que eu escrevo meus textos e ao meu carinho por uma das formas de pontuações mais odiadas por estudantes e por professores; mas também me disseram que eu tenho que trabalhar nesse leve desgosto, já que a maior parte das coisas na vida tem fim.
Descobri que fazer dissertações argumentativas toda semana obrigatoriamente, sobre temas que eu sinto no mínimo apatia, no máximo raiva justificada, pode me fazer odiar escrever qualquer coisa, até mesmo o que eu mais gosto, porque a obrigatoriedade me cansa e a mecanização me enjoa (enferruja, abala, limita, corrói).
Descobri que o motivo de eu nunca fazer o e-Campus antes não era só minha preguiça de fazer lição de casa somada à minha procrastinação crônica e multiplicada pela falta de obrigatoriedade, porque ao que parece, eu também tenho que adicionar à conta o meu desgosto por fazer toda e qualquer atividade online, junto com a minha aparente inabilidade de estudar em casa.
Descobri que talvez voltar a acordar às 5 da manhã faça bem para mim, mas para isso eu tenho que parar de ir dormir às 5 da manhã, e eu não sei se eu estou pronta para essa conversa. E que talvez eu devesse voltar a fazer exercício, mas essa também é outra conversa que eu não quero pensar sobre.
Falando sobre hábitos destrutivos à minha saúde sobre os quais eu não quero desenvolver, parece que eu não tenho bons hábitos alimentares. Eu percebi recentemente que essa revelação pode causar tanto choque quanto um no shit, Sherlock, dependendo da pessoa com quem eu estou falando na minha cabeça (eu não desenvolvi essa conversa com ninguém, nem comigo mesma na minha mente, eu nunca passo da parte da revelação, eu nunca vou para o e por quê?).
Este ano, eu descobri que eu amo saias e vestidos, desgosto jeans apertadas e quero muito suspensórios. Descobri que eu realmente gosto de pintar com coisas que não são lápis de cor, que eu quero muito voltar a costurar, que eu adoro vídeos em que as pessoas falam as opiniões delas sobre coisas pelas quais elas são apaixonadas, que eu amo musicais e que eu não quero voltar a ter aulas de dança, apesar de gostar de dançar. Descobri que eu gosto muito de ler, mas eu não tenho estado na mentalidade certa para ler livros, então eu tenho lido fanfics, artigos, teorias da conspiração e fatos sobre pássaros. Descobri que, se eu passar tempo suficiente no Pinterest, eu vou me deparar com um animal exótico inusitado. Descobri que eu posso me sentir extremamente sentimental sobre rios. Descobri que eu não consigo tomar iniciativa para assistir algo na TV sozinha.
E eu falei tudo isso para evitar falar que eu descobri estar totalmente assustada pelo vestibular e tudo que ele representa.
(Eu estou dando uma pausa agora, porque escrever no tablet é ainda pior que escrever no celular, e quando eu voltar os sentimentos talvez não sejam tão bem desenvolvidos, porque eu terei perdido o fio de pensamento e tals. Sorry).
(OK, quase um mês depois, aqui vou eu:)
O grande problema nem é o vestibular, para falar a verdade. Se tem algo que eu sei fazer, é prova. E agora, depois de fazer 2/3 das provas de vestibular que eu ia fazer esse mês, eu posso dizer que foi de boas. Nope, o problema é o vestibular na sociedade. Porque todo mundo trata o vestibular como se fosse o fim da vida, ou algo do tipo.
O mundo espera que eu saiba, aos 17, o que eu quero estudar durante os próximos (no mínimo) 4 anos, para eu poder trabalhar em algo relacionado a esses estudos durantes os próximos (talvez, eu espero que sejam) 50 anos. As pessoas ao meu redor têm expectativas altas sobre o que eu vou decidir ser, porque por algum motivo ser inteligente significa saber como mudar o mundo. E, sei lá, eu não quero atingir expectativas alheias, mas eu tenho raiva por elas existirem(?)
Eu não sei mais, eu comecei a escrever esse texto há um mês atrás, durante a madrugada. Minha cabeça com certeza não está mais no mesmo lugar. Eu só queria concluir isso aqui antes de postar, porque eu estava renovada depois de terminar o texto sobre fanwork.
Au revoir, pequeno ninja lunar!
Acho incrível a sua habilidade de resumir tudo o que se passa na minha vida e na minha mente melhor do que eu, então quando eu digo que entendo e sinto na pele tudo (com algumas pequenas excessões) o que você disse nesse post, eu não estou sendo nada mais, nada menos que honesta.
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